Firecum Records
A Firecum Records tem como porta estandarte a divulgação/distribuição de demos clássicas do underground português. Criados este ano, já editaram trabalhos dos Deification, Downthroat e Firstborn Evil. Ficamos um pouco à conversa com o Vasco Reigota e o Peter Junker.
Viva pessoal! É um prazer ter-vos neste número da Ode Lusitana e para começar nada melhor de perguntar-vos se vocês ainda se lembram como é que ambos se conheceram?
Peter: Honestamente já não me recordo bem mas penso que começou por termos alguns amigos em comum naquele eixo Aveiro/Ílhavo em torno do heavy metal que ligava o pessoal naquela altura, mas começamos a conviver mais frequentemente após o Vasco organizar o primeiro festival de heavy metal de Ílhavo no qual eu participei com os Booby Trap.
O movimento na década de 90 em Aveiro/Ílhavo e arredores era bastante forte, com muita coisa a acontecer a todos os níveis. Foi uma época excelente para o metal na região? O parricídio feito pelo Tó Jó (Agonizing Terror) em 1999, abalou fortemente a cena local?
Vasco: Os anos noventa foram produtivos na nossa zona, é um facto! Como sou de Ílhavo começo por cá. Em Ílhavo nunca houve muita gente a fazer alguma coisa. Eu tive alguns projectos, A Prophetical Fanzine, a Lustful Records, etc…. Nessa altura, adolescente e sem dinheiro nenhum, organizei dois concertos onde actuaram bandas como Moonspell, Xharathorn, Disgorged… actualmente Heavenhood, Malevolence, Deification… a minha banda, Agonizing Terror, e os Booby Trap do Peter Junker entre outras. Tirando isso, existiu uma newsletter e uma distro do amigo Adão Jr… a Mishantropic; da qual também fiz parte. Além disso tivemos a Adrenaline Prod do amigo Francis Cole, que embora mais virada para o gótico, também organizou eventos com bandas de Metal. O pessoal dos Agonizing Terror tambem cá trouxe bandas como Grog, Shiver, Aberration e Autopsia. Actualmente só o Blindagem organiza aqui alguma coisa. E claro… temos o Vagos Open Air aqui ao lado. Sobre o parricídio não vou comentar, apenas posso dizer que os tempos seguintes não foram nada fáceis aqui em Ílhavo. A cena em Ílhavo acabou.
Peter: Em Aveiro também não foi muito diferente, recordo saudosamente os anos 90 em que havia praticamente uma banda a ensaiar em cada esquina, infelizmente essa força morreu com a entrada no novo milénio, mesmo os poucos espaços que ainda realizavam concertos acabaram por fechar, hoje não temos um espaço em Aveiro dedicado exclusivamente às sonoridades mais pesadas, quase não há lugar onde possamos realizar um concerto, mas em contrapartida as bandas estão cada vez a aparecer mais e mais fortes, não só as da velha guarda mas também esta nova geração de miúdos que sabem bem o que querem… espero que pelo menos nesse aspecto, assim continue….
Com a passagem dos anos o movimento voltou a dar sinais de vida e ultimamente aparece a Firecum Records. Qual a ideia por trás deste vosso projecto?
Peter: Era uma ideia que eu já andava a magicar há um bocado na minha cabeça mas por falta de tempo, apoio e alguém para partilhar esta aventura comigo, nunca passou do papel, entretanto calhou em conversa com o Vasco em como ele gostava de reeditar a demo da sua antiga banda, Deification com alguns melhoramentos ao nível de som e num formato mais actual do que a velhinha e original cassete, a partir dai as coisas aconteceram em catadupa; tratar de remasterização, do artwork, de definirmos o que seria a imagem de marca da editora e em menos de um mês tínhamos o CUM001 na rua….
Certo é que a Firecum Records foi criada com o intuito de disponibilizar em formato CD demos clássicas do underground nacional, se possível remasterizadas e com temas extras inéditos que possam enriquecer a edição original mas também é verdade que ambicionamos, mais cedo ou mais tarde dar o passo seguinte que passa por editar novas bandas…
Sei que as próximas edições estão no segredo dos deuses, mas já entraram em contacto com mais alguém? Como é que as pessoas reagem aos vossos contactos? Qual a recepção que está a haver por parte do público?
Vasco: Nem os Deuses sabem de nada! Sim, claro que foram feitos contactos. A Firecum é um tributo ao underground nacional como vocês podem comprovar com os nossos lançamentos. Gostamos de dizer que trazemos recordações ao pessoal mais antigo e novidades antigas aos mais novos. Trabalhamos com bandas que achamos que merecem ser trazidas á tona por diversos e variados motivos. A reação das bandas convidadas têm sido simplesmente espectacular! Trata-se de pessoal old school, com o Metal no coração. Nós não temos lucros que nos possibilitem recompensar dignamente as bandas mas até agora nunca houve problemas com isso e as bandas aceitam o convide com agrado e orgulho. Orgulho do qual partilhamos! A reacção do público tem sido bastante boa! Temos já pessoal a colecionar as nossas edições o que demonstra interesse. Deification já esgotou e Downthroat e Firstborn Evil vão a caminho.
Qual a vossa opinião acerca do panorama em Portugal, desde as bandas até ao público e passando por toda a máquina que envolve o meio?
Vasco: O que dizer? Temos bandas espectaculares, concertos e festivais aos pontapés. Bandas a editar trabalhos regularmente. Temos algum reconhecimento internacional. Era isto que queríamos quando éramos putos há 25 anos atrás! Temos variedade e qualidade de escolha, não há desculpas para queixumes. O público está lá sempre que possível, somos um pais pequeno não se esqueçam disso porque é isso que nos torna grandes!
Últimas palavras para os leitores da Ode Lusitana.
Vasco: Obrigado por todo o apoio que nos têm dado. Esperamos estar cá muito tempo com todos vocês do nosso lado. Obrigado Marco pelo apoio e que faças e bom trabalho com a Ode Lusitana e que ela perdure. Muito obrigado e respeito a todos!
Peter: É importante que projetos como a Firecum e a tua Ode Lusitana continuem a alimentar o underground, é isto que distingue o heavy metal de todos os outros géneros, a dedicação a este género musical tão único e apaixonante…go and spread the word…
WE CUM FOR YOU ALL!!!
Ouve aqui alguns dos lançamentos da Firecum Records: Soundcloud Firecum Records
Festering
Festering, banda de death metal formada em 1992 em Santo António dos Cavaleiros, entra num interregno pouco após a formação, voltando em 2012 com dois trabalhos. A demo “From the Grave” e o EP “Exhumed”. Actualmente de volta de um novo registo falamos com o Koja Fernandes, uma autêntica ‘instituição’ do metal português.
Viva Koja! Ao pesquisar acerca dos Festering e de rever as bandas das quais já foste elemento, pergunto se ainda te lembras de como é que começaste a ouvir metal? E como é que passas a ser um intérprete musical?
Então vamos por partes. Primeiro comecei a ouvir metal, só depois me tornei “músico” de metal. Tive o primeiro contacto com a música pesada em meados dos anos 80, 1984/1985, por aí, e, foi através de um facto curioso. Um dia vinha da escola e encontrei uma cassete na rua, no chão e levei-a para casa. Essa cassete tinha várias músicas gravadas de algumas bandas, que na altura não fazia ideia quem eram, mas as quais mais tarde vim a descobrir. Bandas como Helix, Saxon, Iron Maiden, Motorhead, etc. Até à altura não tinha grande interesse por música, nem sequer tinha aparelhagem sonora para a ouvir. O que se ouvia em casa era a televisão e sobretudo rádio, através do meu pai, que tinha sempre uma “telefonia” ligada lá em casa. Não tinha aparelhagem, mas tinha um daqueles pequenos gravadores, usados para carregar os jogos de computador no saudoso ZX Spectrum 46K. O famoso gravador de cassetes da marca “Computone”. Quando pus a cassete nesse mítico gravador e comecei a ouvir aquilo, a minha vida mudou completamente. Até ali o que me interessava de música era Bryan Adams, Scorpions e alguma música que se ouvia nos anos 80, mas não tinha nada deles, cassetes ou discos. A partir daí começou a minha busca incessante por bandas de metal, comprei um gravador como deve ser (com colunas e tudo… lol…) e comecei a ouvir bandas mais pesadas como Metallica, Slayer e assim. Uma das coisas que me ajudou muito na minha entrada na música pesada, foi uma estação de televisão pirata, que surgiu nos anos 80, penso que se chamava TRL (Televisão Regional de Loures), nesse canal pirata, para além de filmes, existia um programa de Heavy Metal. Foi aí onde tive um contacto mais profundo com o mundo do Heavy Metal, através dos videoclipes que emitiam. Depois surgiram os programas de rádio, “O Mensageiro do Massacre” na Rádio Voz de Almada, o “Lança-chamas”, etc. Quando dei por mim, já pertencia à tribo dos metaleiros, onde criei amizades com vários nativos da mesma etnia.
O tornar-me músico, veio por acréscimo. Através das amizades que criei com os meus companheiros de juventude e infância, amizades que ainda se mantêm. Conheci um pessoal nas aulas de Karaté, que frequentava nessa altura, todos de Santo António dos Cavaleiros, então no meio desse grupo de amigos surgiu a ideia de formar uma banda de Heavy Metal. Através de violas acústicas, almofadas, bancos, panelas e tampas de tachos, para se fazer uma bateria, começámos essa aventura. Depois começámos a alugar um estúdio de ensaios em Lisboa, segundo me recordo, na Rua Morais Soares. Era aí onde fazíamos o barulho mais a sério e onde os Guilhotina (o primeiro nome da banda) começaram a compor e a tocar as primeiras músicas, numa vertente mais Punk/Hard Core. Mais tardes, através das mesadas, prendas de aniversários e natais, surgiram os primeiros instrumentos. Por volta de 1989/90 a banda passou a denominar-se Extreme Unction, inicialmente com uma sonoridade mais Thrash e mais tarde Death Metal. Os ensaios passaram a alternar entre as nossas casas, a Associação de Moradores de Santo António dos Cavaleiros e um estúdio na Povoa de Santo Adrião.
Os Festering são formados em 1992 e junto com o vosso outro projecto, os Morbid Symphony editam um split. Isto tudo ao mesmo tempo que através dos Extreme Unction também editavam material. Na altura o que representava os Festering para vocês? Os Extreme Unction tiveram um papel importante nos Festering?
Extreme Unction era a nossa/minha banda, era através dela que ambicionamos viver da/para a música. Os Morbid Symphony e os Festering, bem como os Necro Terror, Benevolence ou Gritos Oleosos, eram projetos paralelos que eu tinha com alguns elementos dos E.U., ou com outro pessoal. Esses projetos reuniam outro tipo de influências musicais que não tinham espaço nos Extreme Unction. Nessa altura havia tempo para tudo, só estudávamos e tocávamos música. Sempre que surgia alguém com uma ideia para uma sonoridade diferente da banda principal, criávamos um projeto e gravávamos alguma coisa nos nossos locais de ensaio, através dos nossos meios. Os Extreme Unction eram a banda principal, para a qual investíamos o nosso dinheiro, com a qual dávamos concertos. Os Extreme Unction foram importantes para os restantes projetos, devido aos músicos que se envolviam nesses mesmos projetos e as influências diversificadas que traziam para eles.
Em 2012 apresentam a demo “From the Grave” e pouco depois editam o portentoso EP “Exhumed”. O que acharam da recepção do público a estas duas edições que servem de regresso aos Festering?
Penso que a receção foi positiva, pelas opiniões recolhidas, acho que as pessoas gostaram do trabalho. Nomeadamente da Demo-tape, pois o EP teve uma edição muito limitada, daí não dispormos de um termo de comparação. Mas penso que, duma maneira geral fomos bem recebidos, pelo que podemos aferir através do rápido escoamento do material em venda.
Passados estes anos já tem prevista a edição do longa duração para breve? Como decorreram as gravações? Quais as temáticas que abordam?
Neste momento estamos em gravações de 10 novos temas, para uma possível edição, caso surjam interessados em lançar o álbum. Estas novas músicas abordam temas mais violentos, numa vertente mais “gore”, desde guerras étnicas e religiosas, genocídios históricos, a temas mais surreais ligados ao terror, ao imaginário zombie e dos velhos filmes de humor e horror como: “The Texas Chain Saw Massacre”; “Bad Taste”. Musicalmente, a sonoridade dos novos temas aproxima-se mais do Gore/Grind (Napalm Death, Carcass), embora se mantenham as influências Death Metal (Entombed, Death, Bolt Thrower, Obituary).
Está previsto também, não sei se ainda para este ano, o lançamento em CD dos dois trabalhos de 2012 (Demo + EP). Edição conjunta da Sinais produções, War Prod e Caverna Abismal.
Ao longo destes anos dentro do meio qual é a tua opinião acerca do metal feito em Portugal? As coisas estão melhores? O death metal ainda respira por cá?
Penso que duma maneira geral o Death Metal em Portugal tem subido de nível, tem acompanhado os tempos e a décalage que existia entre o que se fazia lá fora e o que se fazia em Portugal esbateu-se. Temos bandas com qualidade equiparada ao que se faz nos outros países. Penso que isso é transversal aos outros estilos de Metal. Temos excelentes bandas a lançar bons trabalhos, desde o mais pesado e extremo ao mais melódico e tradicional, como é o caso dos últimos trabalhos de Neoplasmah, Filli Nigrantium Infernalium, Ravesire, Perpetrator… existem boas bandas dentro do Death/Grind, das quais aprecio e que estão bastante ativas em Portugal, Undersave, Dementia 13, Serrabulho, Holocausto Canibal, Grog, Serrabulho, Dawn of Ruins.
Há vinte e tal anos atrás, tal como hoje, havia boas bandas. Não havia as mesmas condições logísticas, tecnológicas e técnicas, nem os músicos eram tão dotados, embora existissem alguns bons executantes. Não havia tantas condições, mas existiam músicos talentosos, criativos e com grande vontade, e, havia todo um admirável mundo novo por explorar. Pois hoje em dia, porventura, estará tudo inventado, qualquer banda que surja não deverá ter pretensões à originalidade, pois a sua música terá sempre uma base em algo já feito. Não digo que as bandas não possam ter a sua sonoridade própria, algo que os distinga dos demais, mas originalidade e inovação não me parece muito provável. A prova disso é a onda de revivalismos que ciclicamente vai surgindo em todos os quadrantes da música.
Hoje em dia existem melhores instrumentos, tecnologia altamente evoluída, mais, maior e melhor acesso ao conhecimento musical. Quer à divulgação do nosso trabalho, quer ao estudo e execução da própria música. Escolas, professores, literatura, vídeos na internet, enfim… uma panóplia de fontes de informação nos mais diversos formatos. Mas isso melhora a sonoridade da música, a qualidade técnica ajuda muito, mas se não houver criativos, bons compositores, a música não chega às pessoas, o público não se revê no que ouve. Um bom executante, com bons instrumentos e bons recursos financeiros e logísticos, não será obrigatoriamente um bom compositor. E o Death, Heavy, Power, Speed, Grind…como o jazz, blues ou a música clássica, é uma forma de arte, e os músicos são os artistas. Sendo assim, não basta haver bons executantes, é preciso a genialidade dos músicos para marcar a diferença entre o que é som e o que é música. Mas claro está… os verdadeiros juízes são o público, os ouvintes, neste caso os metaleiros.
É tudo e muito obrigado por esta colaboração. E já agora uma última palavra para os leitores.
Espero que apoiem o metal nacional e as bandas que, com grande esforço, mantêm Portugal no mapa da música pesada. Muitas vezes as bandas parece que precisam alcançar o respeito internacional, para receber o devido mérito no nosso país. Consumam o material das bandas nacionais, apareçam nos seus concertos e divulguem o nosso trabalho pelos vossos locais de socialização, físicos ou virtuais.
\m/ .. .Death Metal…The Brutal Way!!!… \m/
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Emerging Chaos
Emerging Chaos, banda do Barreiro formada em Maio de 2009 praticante de thrash / death metal, faz a sua estreia sonora em 2011, com a demo “Why We Fight” composta por 4 temas. Depois de várias modificações na sua formação a banda é constituída actualmente por Jim Gäddnäs (voz), Tainan Lucas (guitarra), Eduardo Gonçalves (guitarra), Pedro Nascimento (baixo) e Jorge Silva (bateria). Com este alinhamento lançam este ano o EP “The Decay of Mankind”, com 5 temas num total de 20 minutos que nos mostram a força do seu som.
Para conhecer melhor os Emerging Chaos estivemos à conversa com o Pedro Nascimento.
Viva Pedro! Desde já o muito obrigado por teres aceite responder a estas perguntas e vamos começar pelo iníciode tudo. Como foi a tua introdução ao metal e como era feita a descoberta das novas bandas? Tinhas algum grupo amigo mais perto em que podias contar estas novidades?
O meu primeiro contacto com o metal foi em meados dos 80s quando me ofereceram o álbum “Powerslave” de Iron Maiden. Fiquei completamente passado com aquele som e foi a partir desse momento que procurei conhecer mais bandas dentro do género. Tinha alguns amigos que já estavam dentro do metal e comecei a trocar k7s regularmente com eles e foi assim que descobri uma porrada de bandas que me influenciaram musicalmente.
Como nasceu o teu gosto por tocares baixo? Em que bandas participas? Estive a ouvir o trabalho “Beyond the Dust” de 1998 aquando da tua participação nos Move Under Disorder. Com um som baseado principalmente no thrash metal o que levou ao desaparecimento desta banda?
Sempre gostei bastante de bandas com uma secção rítmica forte e quando tive dinheiro para comprar um instrumento nem pensei duas vezes e comprei um baixo. Tive umas bandas locais com uns amigos mas acho que o salto em termos musicais foi quando me juntei a uns tipos da linha de Sintra e formámos os Move Under Disorder. Foram tempos muito bons, gravámos e fizemos concertos de Norte a Sul do país mas infelizmente a saída de 2 dos membros precipitou o fim da banda em 2001.
Em Maio de 2009 dá-se o nascimento dos Emerging Chaos do qual és um dos elementos fundadores. Qual foi a necessidade de criar esta banda dedicada ao thrash / death metal? Já conhecias o pessoal? Conta-nos um pouco desta vossa origem.
Após o fim dos M.U.D. comecei a tocar cada vez menos, ainda tive uns projectos maisvirados para o industrial mas nunca tiveram pernas para andar por varios motivos, até que um dia o Jorge Silva, numa noite de copos, me convidou para uns ensaios. Fizemos ensaios com alguns guitarristas mas foi coma entrada do Tainan Lucas que as coisas começaram tomar forma musicalmente e surgiram os Emerging Chaos. Acho que o tipo de sonoridade nos saiu naturalmente, nunca apontámos para um género específico, as musicas foram surgindo a bom ritmo e gravámos a demo “Why We Fight” (que só saiu em formato digital ) já com o Hugo na voz, mais tarde entrou o Eduardo para a segunda guitarra e começámos as gravações do EP “The Decay of Mankind”.
Depois da saída do Hugo ‘Hellsinger’ e da ajuda do Osvaldo Serra nas actuações ao vivoandam à procura de um vocalista, até que aparece ofinlandês Jim Gäddnäs. Como surgiu esta oportunidade entre ambos e como é trabalhar com o Jim? Como foi o processo da criação deste vosso trabalho “The Decay of Mankind” e como tem sido as reacções?
A saida do Hugo aconteceu a meio da gravação do EP, o que veio baralhar completamente todos os prazos de lançamento do EP e pôr em causa algumas datas ao vivo que já tinhamos. O Osvaldo ofereceu-se para nos ajudar com algumas datas mas sabiamos que os outros projectos dele não lhe deixavam muito tempo livre e nunca deixamos de procurar um vocalista. Testámos sem grande sorte alguns vocalistas até que o Jorge nos informou que um finlandês que se tinha mudado para cá tinha respondido a um dos anúncios que tínhamos colocado. Combinámos uma audição e logo percebemos que era o tipo perfeito para o lugar. A voz do Jimera completamente diferente do que estavamos habituados, muito mais solta e funcionava muito bem nas musicas que tínhamos. As cinco músicas deste EP já estavam gravadas, só faltava colocar voz, mas demos ao Jim oportunidade de refazer do zero todas as letras existentes e ele imediatamente começou a trabalhar nas letras e a gravar as vozes à medida que as ia criando. O EP “The Decay of Mankind” saiu no início de Junho e tem tido boa aceitação e críticas favoráveis.
Qual o próximo passo dos Emerging Chaos? Que achas dacena musical actual da Margem Sul e das suas bandas? Margem Sul vs Lisbon South Bay, julgo que para ti vai continuar sempre a ser Margem Sul! Como explicas a quantidade de bandas que já saiu desta zona?
Para já os Emerging Chaos estão focados na promoção deste EP e em tocar ao vivo o mais possível, já temos algum material novo e devemos ainda este ano começar novas gravações. Lisbon South Bay?!? A Margem Sul sempre teve uma identidade própria e essa nova designação é um perfeito disparate. A Margem Sul é terreno fértil para bandas e temos vindo a tocar com bandas locais bastante boas e as novas bandas não param de aparecer. Se depender desta margem o Metal não desaparece!
E assim chegamos ao final desta entrevista e obrigado pela colaboração! Estas últimas palavras são tuas e podes dizer de tudo o que te vai na alma! Até uma próxima e vamos continuando atentos aos Emerging Chaos!
Queria agradecer á oportunidade desta entrevista e dar os parabéns pelo apoio e pela divulgação do que por cá se faz em termos de musica pesada!
Confere o som no bandcamp de Emerging Chaos: Emerging Chaos bandcamp
Ode Lusitana # 8 – Julho / Agosto já disponível
Com mais um número dedicado à divulgação do metal português temos entrevistas com Bruno Rodrigues (Rotem), Pedro Nascimento (Emerging Chaos) e Luís Filipe Neves (Círculo de Fogo), além de notícias sobre The Ominous Circle, D U M, Ultraje, 13 Metal Compilation, Versus Magazine, Mosher Fest, Icebound, Carma, Headbang Solidário, Sebadelhe Metal Fest, Som do Rock Magazine e Heavenwood.
Acede a este número em: Ode Lusitana # 8